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sábado, 29 de maio de 2010

ENTREVISTA DE ELBA RAMALHO A COLUNA HOLOFOTE DO SITE WWW.BAHIANOTICIAS.COM.BR

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Elba Ramalho comenta sobre câncer e fala da sua preferência por homens mais jovens


Completando 30 anos de carreira musical e prestes a completar 59 anos em agosto, quem olha para Elba Ramalho enxerga uma garota de 15 anos. Elétrica, ela se mostra um verdadeiro furacão quando está no palco. Nem mesmo o tumor recém-tirado do seio apagou o brilho dela. Namorando há dois anos com o sanfoneiro da banda, Césinha, Elba revela que não tem preconceitos, as dificuldades que passou para alcançar o sucesso e anuncia o lançamento de um livro autobiográfico. Confira detalhes na Coluna Holofote!




"Entre erros e acertos, acho que os acertos foram maiores"



Coluna Holofote: Lá se vão 30 anos de carreira. Como você avalia essas três décadas em cima dos palcos?
Elba Ramalho: É uma realização. Me sinto plena nesta realização, porque tudo foi feito com muito empenho, determinação, prazer. Não só na minha profissão, mas, em qualquer uma. Quando a gente se descobre fazendo o que gosta, a gente se entrega. Eu comecei cedo. Com sete anos eu já estava no palco. Fazendo um balanço, vejo que passei minha vida mais tempo no palco que fora dele. É como se eu estivesse cumprindo direitinho o que me propus a fazer. Entre erros e acertos, acho que os acertos foram maiores. O melhor de tudo é a conquista do público e as parcerias que eu fiz ao longo dos 30 anos. Eu adoro dividir o palco e tudo isso eu levo no meu coração.



CH: Foi difícil alcançar o sucesso?
ER: Foi. Porque eu vim do Nordeste, uma terra longe. Quando eu apareci, existia uma distância enorme entre as culturas do Norte, Sul e Sudeste. Então, o desconhecimento de nossa cultura era quase que total. Mas, como vim precedida de Gonzaga, Dominguinhos e Jackson do pandeiro, encontrei o campo semeado. Sou meio que o fruto dessa história nordestina. Foi difícil porque era muita solidão, dificuldade, falta de condição, de sobrevida. Um dia eu vou contar num livro de auto-biografia, uma espécie de diário emergente, afinal, pouca gente sabe o que a gente passou. Dessa vez, esse livro sai.



CH: Você chegou a se humilhar alguma vez para conseguir se apresentar em algum programa de TV?
ER: Não me humilhar, mas batalhei. Teste de teatro eu fazia, todo dia, três, quatro. Mas, programa de TV tive muita sorte. Quando lancei meu primeiro disco, eu conheci Chacrinha e pedi a ele para ir no programa dele e imediatamente ele me disse para ir. Eu disse sou da Paraí­ba, cantora e estou lançando meu primeiro disco. Você me deixaria ir no seu programa? E ele me abriu as portas.



CH: São 58 anos no couro e 3 filhas que, provavelmente, como toda criança, devem te sugar as energias quando chega em casa. Qual o segredo para se manter elétrica no palco?
ER: Eu pratico Ioga, faço meditação, sou vegetariana. Tenho uma vida muito balanceada. O que me sustenta é a música e a família.



CH: Balaio de Amor é o seu mais novo disco. Por que este nome?
ER: Porque fiz num momento muito apaixonado. Eu colhi dentro de uma canção esta frase. É um balaio cheio de amor para dar. Minha vida sempre foi assim: cheia de amor, oferecendo aqui e ali, sem destinção. É um disco amoroso.



CH: Neste novo álbum, você tem uma forte parceria com cantores pernambucanos. O que te prende a Pernambuco?
ER: Césinha e a cultura de lá. Césinha hoje porque tenho uma história com ele há dois anos. Mas, sempre fui ligada a Pernambuco. Meu pai é pernambucano, Gonzaga, Geraldo Azevedo, Lenine. Mas Césinha me mostrou cantores mais contemporâneos, que tem feito muito sucesso este ano.



CH: Como é dividir o palco com o amor?
ER: Não é fácil. Tem o lado fácil e o chato. Porque a gente mistura o lado pessoal com o profissional e, às vezes, atrapalha. Porque, quando estamos brigados, levamos para o palco. Eu sinto isso e acaba com a cantora. Eu fico com o sorriso aqui, mas o coração está alertando. Não é fácil mas, ao mesmo tempo, é uma motivação ter o amor no hotel, na estrada e eu sou muito carente, não sei viver só, gosto de música, compomos juntos, rola uma cumplicidade grande. Uma parceria e amizade sincera por detrás do romance.



CH: O São João está batendo na porta. Como está a agenda de shows?
ER: Tenho muito show. No mês de junho, é quase um por dia. De 17 de junho a 7 de julho farei show em muitas cidades da Bahia. Por sinal, uma festa que vem crescendo há muitos anos.



CH: Seu último casamento, que foi com Gaetano, você disse que tinha construí­do um castelo de areia e que ele não foi sólido e, por isso, ruiu. Esta nova relação está sendo feita de concreto?
ER: Vira, passa a página.



CH: Como está a questão da guarda da suas filhas com Gaetano?
ER: Que guarda? As crianças são minhas filhas e dele. Ele faz o papel de pai. Nos finais de semana, quando eu viajo, ele fica com as meninas. Não tem esse rigor de 15 em 15 dias.



CH: Você recentemente retirou um pequeno nódulo no seio com baixo grau de malignidade. Se chateou com a imprensa da forma com que abordou o assunto?
ER: A imprensa sempre chateia quando não é verdadeira. Ela não consulta a pessoa primeiro, tipo: "o que você tem? O que está acontecendo?". Ela mata você, ressuscita você e as pessoas querem que eu explique isso no show. Isso foi um cisco no olho, foi mais um cisto porque foi uma coisa muito no início, sem nenhum comprometimento para a minha saúde. Tanto que não teve nem um pós: tira, esquece e não tem nada de quimioterapia. E, se tivesse, eu ia encarar bem.



CH Como está sendo o tratamento radioterápico já que você manteve a agenda de shows?
ER: A radioterapia não é nada. Deita um minuto e nem sabe o que acontece. Aí, você diz que hora vai começar e ele diz já acabou, pode ir embora.




"A gente mistura o lado pessoal com o profissional e, às vezes, atrapalha"



CH: Reparei que você tem um terço no braço. Você é religiosa ou começou depois da doença?
ER: Sempre fui religiosa. Eu já enfrentei tantos problemas. Eu carrego esse terço em todo show. Eu trabalho com esta história de câncer há muitos anos. Que a minha história sirva para outras mulheres não terem medo de tocar em uma coisa pequenininha e esquecer. Eu não esqueci, corri e cheguei no médico. Era quase nada e poderia ter sido algo mais grave daqui a um ano.



CH: Você é hiperativa e tem um filho jovem. Como seu espí­rito é jovem, os homens que costuma namorar tem mais ou menos a sua idade de espí­rito. Você acha que se chocaria se visse seu filho namorar uma mulher mais velha?
ER: Eu não. Eu não me choco com nada. Não tenho nenhum preconceito. Preto, branco, judeu, nada. Eu quero que as pessoas sejam felizes como eu. Eu não devo satisfação da minha vida a ninguém a não ser a Deus. Então, essa história é minha. Estou aqui pra somar e semear o bem.



Por Driele Veiga

Terça-Feira, 25.05.2010

FONTE:http://www.bahianoticias.com.br/holofote/entrevistas.html

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